29.1.11

A minha ladybug fez 8 anos.


Não parece assim à primeira vista, mas é uma menina ultra-sensível. que tem alguma dificuldade em se separar do que lhe dá prazer. Sejam pessoas, férias, sítios ou recordações. Está a entrar na fase da mini-rebeldia. Daquela que ainda dá para domar mas onde já se notam alguns laivos de pré-adolescência latente. Eu sou muitas vezes a chata que a obriga a lavar os dentes, a lavar o cabelo que por ela já tinha rastas e m viveiro de piolhos na cabeça, a arrumar a mochila da escola que isto aqui não é nenhum hotel e a vestir-se sozinha entre outras obrigações igualmente apelativas. Continua responsável na escola mas o comportamento veio por aí abaixo. Ainda está naquela fase em que dando atenção nas aulas, precisa de estudar pouco em casa. Mas quando o tem que fazer, anda para ali tipo barata tonta, ora senta, ora levanta e os trabalhos acabam por ser feitos um bocadinho em cima do joelho. Tem-se reflectido no tal quadro de pióneses que já teve melhores dias e em comentários irónicos da professora nos seus cadernos. Mas o 2º ano já não é para brincadeiras e os tpc's não se limitam a copiar letrinhas. Já sabem as tabuadas todas que foram dadas a uma velocidade alucinante, e na língua portuguesa a matéria já é à séria. Para o ano já decidimos que temos que reduzir as actividades extra-curriculares a um mínimo porque este ano tem sobrado pouco tempo para brincar. Chega a casa tarde e a más horas e ainda tem uma montanha de tpc's para fazer ou matéria para estudar, e depois o tempo que sobra é banho-jantar-cama. Entre natação, ténis e judo vai ter que escolher uma para ir para o galheiro.

Continua acelerada, dada a acidentes e tão desaustinada que cai com frequência, agora com mais estilo já que incorpora a queda do judo no espectáculo. Mas pelo menos a cabeça tem-se mantido intacta.


Adora estar em família, organiza jogos para os quatro em casa e põe-nos a jogar ao stop noites e noites a fio e depois tem que moderar a competição entre mãe e pai que se descabelam para ver qual dos primeiros diz stop! mais depressa. Um exemplo muito bonito.Continua valente nas maluqueiras, em tudo o que é perigoso. É a inconsciência. Mas nos médicos é um filme. Trata-os por tu e põe tudo em causa: o que é que isso que me vais fazer? mas precisas mesmo? e esse pauzinho é para quê? não me vais mandar levar nenhuma pica pois não? Uma vergonha. Fico corada até à medula.

É justa e justiceira. Na escola anda sempre a dar na cabeça das meninas que ela acha que não estão a ser correctas com as amigas. Mais do que com os rapazes, que se queixa de serem brutos e dizerem mais asneirasMesmo assim, ainda lhe vai passando um bocadinho ao lado.

Já lê livros inteiros, mas ainda é um bocadinho arrancado a ferros. No México devorou este rapidamente, mas no dia-a-dia nem lhes pega. E quando o faz é porque tem que devolver os livros da biblioteca da sala, mas a maior parte vão lidos na diagonal. Mas pronto, o tempo escasseia e não a chateio muito. Desde que nas férias mostre interesse, já é bom sinal.

É uma prima muito maternal e toma muito bem conta dos priminhos pequenos. Tem mil vezes mais paciência para eles do que para a Rita com quem continua a ter um relacionamente de 8 ou 80.

25.1.11

Este ano decidimos



fugir ao Inverno (e que Inverno...) e lá fomos passar a passagem do ano ao México, onde há 8 anos eu e o Nuno tínhamos estado durante 15 dias numas férias maravilhosas.
Para lá estivemos 13 horas fechados num avião, numa viagem que se faz em 9 horas. O ventos estavam contra e tivemos que parar nos Açores para reabastecer. Maravilha, mais uma aterragem e descolagem, que é aquele tipo de coisa que não me enerva nada e ainda por cima nos AÇORES. Perfeito. Uma hora no avião e depois mais 9h até Cancun. A velocidade realmente não passou dos 600 km/h que não é muito normal para um avião daqueles, por isso devíamos ter mesmo um Adamastor a soprar para estes lados.

No meio do pesadelo que é estar 13 horas fechados num tubo com asas, ainda levei com um portátil na fronha. Já começa a ser um clássico abrirem os compartimentos da bagagem de mão e eu apanhar sempre com qualquer pesada em cima. Parva sou eu de não me proteger cada vez que alguém num raio de 100 metros estica os braços para abrir as portinhas de cima. Mas neste caso estava de olhos fechados e portanto levei com um porta-aviões no nariz e nem sabia bem onde estava. Claro que fiz a fita do costume de ficar quase a desmaiar a pensar numa fractura exposta e depois de me recompor e perceber que tinha sobrevivido a mais uma provação divina num tubo metálico com asas, relaxei. O que é facto é que um mês depois ainda me dói o nariz quando me assoo, por isso tenho que ir ver se há alguma coisa a fazer ou se é mesmo esperar e não levar com mais surpresas na cachola. Podia ter-me endireitado logo o septo nasal e poupava-me uma ida à faca.
Isso é que era.

No México, os primeiros dois dias estiveram assustadoramente frios. E eu que sou sempre prevenida e levo roupa para dar e vender, desta vez, e mesmo sabendo que não estava calor por aí além, fui uma optimista. Alças, calções e vestidos. Rapei um grizo especialmente à noite mas depois a coisa lá se compôs e tivemos uns dias fabulosos, sempre ventosos, mas quentinhos.


A Joana apaixonou-se pelo Tiago Dores que estava no mesmo hotel que nós, ele e o outro que mesmo quando fala normalmente, parece uma personagem. E ainda teve direito a um autógrafo bem esmiuçado. E ficou feliz.

O jetlag é que foi maior do que estávamos à espera. 6 horas de diferença é muita fruta para uma viagem de uma semana e portanto às 21h as miúdas apagavam quer estivessem à mesa ou a ver um espectáculo musical com decibéis pouco recomendáveis. Acho que nunca as tinha visto com tanto sono na vida. Claro que a amiga Rita, que faz sempre questão de ser o despertador das férias, não houve um dia que acordasse depois das 6h30 da manhã (claro está, já era 12h30 de cá...) o que fez com que lhe rogasse algumas pragas, daquelas bem feias, diariamente.

A noite de fim d'ano foi espectacular, super bem organizada e muito divertida. Lá está, as miúdas aguentaram com muito esforço até às 22h e depois adormeceram para lá espalhadas numas cadeiras e a Joana só acordou para ver os foguetes com um olho para cada lado, sem saber bem onde estava mas a Rita mesmo com muito abanico, não abriu sequer um dos olhos e ficou desolada no dia seguinte de não ter visto os foguetes. E as crianças gostam mesmo de foguetes.

Ainda tivemos o prazer de privar com o verdadeiro pai natal que estava lá de férias. Imaginem o pai natal de calções de banho. A barba, a barriga, tudo. Era assim. Com o pormenor de andar sempre com tshirt vermelha e dizer oh oh oh cada vez que as miúdas passavam por ele de olhos esbugalhados. Foi o delírio. Até eu quase acreditei.

No voo para cá fiquei ao pé de umas pré-adolescentes em amena cavaqueira. De repente, ainda antes de descolar vira-se uma para a outra com ar de pânico, dá-lhe as mãos e diz: estou com um mau pressentimento de que este avião vai cair. Pronto. E foi assim com muita alegria que cheguei a Portugal. Ainda com tudo no sítio.

(As fotos são poucas. Como nada era novidade, acabei por filmar mais a galhofa entre elas e tirei poucas fotografias.)

Com o atraso do costume

também por andar com outras coisas em que pensar, aqui fica um bocadinho do nosso Natal. Este ano sem dores de dentes e sem Pai Natal com "barba presa com fios". A correria do costume de um natal para o outro, de festa em festa, mas com muita saúde e alegria que é o que interessa. Adoro o Natal mas não deixo de sentir uma ponta de alívio quando o vejo para trás das costas.