28.5.10

Ainda dos meus anos


(que parece que já foi o ano passado!)
Fui buscar as meninas mais cedo e fomos ver a exposição da Joana Vasconcelos que acabava precisamente nesse dia. Estava um dia abrasador, como eu gosto e ainda nos refastelámos lá nos jardim do CCB a comer um gelado. Elas, porque eu não como gelados. Não gosto. Afinal sempre tenho algum juízo. E sorte. Porque quem é que neste mundo não gosta de gelados? Ninguém.

A Joana estava encantada e só me dizia que achava que ir ver uma exposição era uma seca, mas ficou fascinada com tudo. A Rita apaixonou-se pelo sapato de cinderela como seria de esperar. Adorámos, foi mesmo bom ir com elas neste dia.

Depois fui surpreendida por umas queridas amigas que me apareceram em casa com um bolo de milho igualzinho ao meu preferido do Nannai. Uma perdição! Adorei a surpresa.

De presente, entre outros, recebi o meu querido ferro de engomar com caldeira e finalmente o primeiro iPod. Rosa choque. Não fosse a Rita ter ido com o Nuno e ter ajudado a escolher. Tinha de ser o mais folclórico de todos. Depois do choque e de ter precisado de pôr os óculos escuros, agora adoro o meu ipod kitsch.

Enfim, 34 já cá cantam. No outro dia a torturadora que me queimava viva com o laser para tirar o pelame, ficou espantada quando lhe disse que já tinha 34 anos e duas filhas. "ai menina, dava-lhe no máximo dos máximos 21 anos!" Pedi-lhe para repetir e gravei no meu telemóvel para ouvir cada vez que as minhas filhas me dizem que estou velha. É um bálsamo.

24.5.10

Isla Mágica

Desta vez fomos com a boa companhia de uns amigos com filhos da idade das nossas, que sempre que se encontram é como se vissem todos os dias. Dão-se tão bem que até dá gosto vê-los a brincar. A Joana que até é dada a mini-conflitos de poder, com eles fica mansa. A Rita que gosta de se manter à margem de confusões e de brincar muito na dela, andou feliz da vida e entretidíssima com as brincadeiras.

Mais um grande bafo em Sevilha que é perfeito para um passeio destes porque várias das actividades metem água e a Joana teve mesmo que recorrer à muda de roupa do M. tal foi o banho que apanhou no rafting.

Foi muito divertido e desta vez a Rita já podia andar em tudo o que queria, excepto as coisas mais radicais que ficaram reservadas para os destemidos das famílias. Not me.


No domingo ainda aproveitámos o dia na Praia Verde, grandes banhocas num mar mexido, mas com uma temperatura deliciosa, fora do normal.

Ainda na viagem de regresso "meltdown" do costume da Joana com saudades dos companheiros de fim-de-semana. É sempre assim quando se diverte e passa os dias em boa companhia. Uma choradeira mesmo sentida, que até nos parte o coração. Só se acalmou a ver as fotos do fim-de-semana e com a promessa que para a próxima íamos todos juntos ao Parque Warner. Lá estaremos!

17.5.10

Este fim-de-semana

lá andámos novamente de volta das favas. Elas gostam mesmo de andar no meio da terra e do matagal. E das carraças. Por elas andavam sempre descalças, de cuecas e cabelos ao vento no meio da horta. Com as beiças lambuzadas de gelado de chocolate e as unhas pretas por dentro.

Celebrámos três enterros. Com direito a música, transporte num carro funerário, leia-se triciclo, e cruzes feitas de galhos e restos de tecidos. Temos um verdadeiro cemitério atrás dum muro. Um passarinho, um rato e uma rã. Os dois últimos afogados na piscina.

Hoje... ai... último dia com uma idade tão jeitosinha. Amanhã faço 34 anos. E pedi de presente à minha mãe um ferro de engomar. Estou mesmo a ficar velha.

12.5.10

Desde que voltámos da Alemanha

que todas as semanas recebemos uma conta referente ao internamento da Joana. Tem sido uma rambóia de cartas a cobrar tudo e mais um cêntimo. Na altura pagámos ao hospital 200 euros que pensámos que incluísse todo o tratamento. Ingénuos.

Depois do nosso regresso recebemos duas contas. Uma referente à ambulância. Outra referente ao dentista que foi de propósito ao hospital ver o estado interior da boca da Joana. Ok. até aqui tudo bem. Achámos que nos podia ter sido cobrado na altura mas compreendemos.

A maior surpresa veio mais tarde quando recebemos uma carta referente ao salvamento na montanha. Ela estava a uns 200 metros do teleférico e o que fizeram além de lhe enfaixar a cabeça foi transportá-la até ao teleférico. Uma distância mesmo muito pequena porque a Joana espalhou-se já no fim da pista. Mas lá devem ter gasto litros e litros de gasolina e outros recursos porque a conta é de 380 euros. Não queria acreditar na roubalheira. Ainda que a tivessem salvo de helicópetro no alto da montanha enfiada no meio de umas árvores com uma avalanche eminente, até compreendia. Agora uns míseros metros, sem terem que a imobilizar, nem nada do género, não consigo engolir.

Mas anteontem recebemos ainda mais uma. Do hospital. Com tudo discriminadinho, tipo gazes, medicamentos etc. Quase 250 euros. Pergunto eu então a que se referiam os 200 euros que pagámos no próprio dia.

Já estou à espera de uma conta da utilização da cadeira de rodas onde a Joana foi sentada no teleférico e do balão-luva com cara que a anestesista fez para as distrair.

Fomos muito bem tratados, isso fomos, mas para a próxima enganamo-nos na morada quando nos pedirem para preencher papéis.


Isto e mais a fritadeira que avariou. O ferro que pifou. A máquina de lavar-roupa que não tem arranjo e o mini-aspirador que se desfez, já nos andamos a passar.

O tal ursinho saiu-nos caro.

10.5.10

Benfica.

A Rita festeja pela primeira vez este momento Glorioso! E se no início estava um bocado assustada com a confusão e com o abraço do avô que quase lhe partia os ossinhos (tal era a alegria!) depois foi ouvi-la a cantar sem parar o 'tenham cuidado, ele é perigoso' pronta para a festa o resto da noite. Ainda conseguiu desligar as luzes de uma rolote inteira ao pisar um fio no meio de um descampado. Ficou tudo às escuras mas o Benfica ganhou e ninguém leva a mal.

A Joana foi ao jogo, que com o Red Pass tem direito a isso e muito mais. Queria ter ido com o pai noite fora por aí festejar mas quando já era tarde acabou por vir comigo para casa. Ainda nos enfiámos as duas na cama a ver na televisão o autocarro do Benfica a passar ali pela 2ª circular e vimos o Nuno aos saltinhos no Benfica TV. Que chegou a casa encharcado depois de ter corrido vários quilómetros atrás do autocarro. Eu só fui para casa porque alguém tinha que deitar as miúdas, porque senão lá estaria também a pôr em prática os meus dotes de corredora e gritadora. Que ontem até me vieram as lágrimas aos olhos quando o jogo acabou. Roí as unhas todas e nunca mais vejo um jogo desta envergadura sozinha.

Hoje é que foram elas. A Joana ia com um olho aberto e outro fechado. E ainda hoje é segunda-feira. Podiam mudar o último jogo do campeonato para um sábado para as pessoas festejarem sem amanhã. Imagino o mau-humor delas logo ao fim do dia. Não há Benfica que resista.

4.5.10

Estou safa.

Começaram a incluir baunilha na receita das minhas arrufadinhas predilectas. Abomino baunilha. Um bem haja aos senhores pasteleiros do Pingo Doce. Muito agradecida.

3.5.10

Do dia da mãe.

Fiquei a saber que a Rita ainda não sabe guardar segredos e que mesmo eu não perguntando nada (porque sou uma verdadeira santa, não pergunto, não quero saber e até tapo os ouvidos) ela desbronca-se ao ponto de contar quase tudo o que se ia passar na sua festinha de Dia da Mãe na escola. Sempre com cara de segredo, a falar baixinho com risinhos e mãos na boca à mistura. Exagerou um bocadinho e cheguei a pensar que tinha que ir de fato de treino fazer cambalhotas com ela, já que a festa ia ser uma brincadeira na aula de ginástica. Ainda ontem, enquanto a vestia de manhã, me disse para não me esquecer de levar a roupa do ténis porque ia fazer o pino e mais o diabo a sete.

No fim, ainda nos mexemos, mas sempre de cabeça para cima. Aí umas 10 calorias ficaram logo pelo caminho. Mas os alongamentos e consequente vergonha, ficaram reservados às crianças. Ainda bem, porque o meu corpo não alonga, acho que nem quando tinha a idade da Rita alongava. E só de me ajoelhar, dá estalos embaraçosos.

Foi muito divertido e no fim um colar lindaço, com missangas moldadas e pintadas pela Rita. Se calhar ainda a ponho a trabalhar para o umbigo.

Da Joana fiquei a saber que sou "linda como uma flor que brilha num jardim" e que "sou muito amiga dela e fofinha". Um postalinho de babar já escrito com a sua letrinha e com um desenho amoroso.

Mas aqui para nós, que ela até já sabe ler, mas acesso à net só daqui a uns bons aninhos, a prendinha feita na aula de expressão plástica... my Lord... Nós adoramos tudo o que as nossas filhas fazem por mais horrorosas que sejam, é verdade. E o que conta é a intenção e blá blá blá. Mas neste caso um íman que não pega, feito com restos de uma embalagem de suissinho e feijões colados e alguns a cair, foi-me difícil esboçar o meu sorriso derretido do costume. Mas fingi. Ela não percebeu que é o que interessa. Mas com o nível de prendinhas feitas em conjunto com as educadoras nos últimos anos, este professor de expressão plástica deixa muito a desejar em termos de criatividade. Arrisco-me a que me caia novamente a comentadora-professora de expressão plástica em cima, mas se decidem fazer uma lembrança, que seja à séria e não qualquer coisa só para despachar. Acho que é uma boa altura, quanto mais não seja, para pôr em prática o que aprendem ao longo do ano nesta disciplina. Que deve ser mais do que colar feijões no topo de um iogurte velho.


Não quero ser mal-agradecida, porque por muito que o íman seja medonho, foi feito com as mãozinhas dela, com muito empenho e gosto e fica-me no coração. Mas que ainda nos rimos um bocadinho à pala da obra de arte, rimos.


Agora este professor que corre os miúdos todos a "suficientes" vai lá vai...