25.2.10

Há quem seja viciado em compras

ou em álcool, ou no jogo. Ou mesmo em coisas piores

Eu sou viciada em pães de leite. E arrufadas.

Arrufadinhas quentinhas acabadinhas de sair do forno, com açucar em pó por cima. Do Pingo Doce. Feitas na padaria. Nada de coisas industriais e embrulhadas em papel transparente e com etiquetas cheias de E-330 e gorduras saturadas ou poli-saturadas e outros venenos do género. Arrufadinhas amarelinhas, já disse que são quentinhas?, nas prateleiras da padaria, a chamar por mim. Inês! Inêêês! Estamos aquiiiiii. A tua pança que vá dar uma volta ao bilhar grande. Leva-nos para casa! Somos tão fofinhas, quentinhas, amarelinhas, saborosinhas, cheias de caloriazinhas. E eu, tapo os olhos, fujo, vou para o corredor dos detergentes, do vinho branco, e das fraldas que elas já nem usam. Mas elas não se apoquentam e falam ao microfone. Inêêês!! Tu até já corres todos os dias. Pelo menos uma de nós tu abates na corrida, as outras pronto, ficam alojadinhas à volta do teu umbigo. Do teu umbigo, ahahah, gostaste?

Não, nãooooo. Porque eu sou uma adicta. Eu não tenho auto-controlo. Não me fico por uma. Como quatro de seguida. Se comprar seis, como seis. Vocês não querem viver? Querem ser devoradas assim de repente enquanto vou a conduzir do Pingo-doce-de-janeiro-a-janeiro para casa e deixo o volante cheio de açucar em pó? É decandente, decadente.

E aí entram em cena os pães de leite. Que não têm açucar em pó por cima. Só aí são menos, sei lá, 50 calorias? Fofinhos, amarelinhos e quentinhos. Têm é aquela capa castanha por cima, que a malta teima em tirar e deitar fora. Pensa, sem açucar em cima. Menos 50 calorias. Cada um. Se comeres 4, são menos 200 calorias.

É horrível, não tenho força de vontade. Passo por elas e fico a fazer contas à vida. Levo 5 arrufadas e 5 pães de leite? Ou levo 6 pães de leite e 4 arrufadas? Ou 6 arrufadas, arrufadinhas e 4 pães de leite. Ou porque não 20 arrufadas e 20 pães de leite? Aaaaaa, run Inês run.

Quando levo só 4 arrufadas e 6 pães de leite já fico feliz por mim. Um dia de cada vez. Hei-de chegar ao dia em que ou estou tão elegante que me posso dar ao luxo de comer sem culpas ou então construo uma clínica de recuperação para adictos em arrufadas e vou para lá viver. Sozinha de certeza. Porque vícios destes não são para qualquer um.

24.2.10

Ainda são pequeninas

e já tenho saudades delas assim. Ando sôfrega a aproveitar o que a Rita ainda tem de bebé e o que a Joana ainda tem de criança pequenina e inocente. É assim uma moinha que me assola de vez em quando e que me faz ter saudades delas ao mesmo tempo que estou com elas.

Até porque se ficar por aqui, que é o mais provável, já não vou ter mais bochechas e barriguinhas espetadas a andar pela casa, e vozinhas de bebé cheias de mimo e crianças que acham que somos a melhor companhia do mundo. Até a birrinha porque uma quer dormir de coroa a aleijar-lhe a cabeça ou a birrinha porque a outra pôs água na sopa porque estava muito grossa e agora tem o dobro da sopa para comer, tem graça, ao fim do dia, quando elas já estão deitadinhas ali mesmo ao lado e nós já temos saudades delas.

E tantas vezes sinto um alívio de as ter finalmente caladas e quedas a dormir nas suas camas e me vou enfiar nos seus lençóis e contemplar aquelas carinhas inchadinhas a dormir e a boquinha aberta e o cabelinho suado e o cheirinho a natas.

Um dia apetecia-me e dizia "hoje quero a Joana com 2 aninhos outra vez". E aparecia-me ela de fraldas, com caracoletas a cobrir-lhe a cabeça e iamos passear aos parquinhos, como quando ainda estava em casa comigo. Ou dizia "hoje quero a Ritinha com 1 ano" e tinha uma criança de chucha, cabelinho com franja, mãozinhas sapudas e viciada em nozes e amêndoas. Depois iam dormir e no dia seguinte voltavam ao normal.

Quando tiverem 15 anos e por aí fora, era capaz de solicitar este serviço de regresso ao passado todos os dias. Porque não me apetece que sejam adolescentes, tenho até bastante aversão a essa fase. Por tudo e por nada. Não que não confie na nossa capacidade de as educar para o que é certo. Mas porque isso só, ajuda bastante mas infelizmente não chega.

Sou do mais saudosista que há. Não fico presa ao passado, aproveito muito bem o que cada fase me traz e sinto que tenho vivido a infância delas de uma maneira muito presente mas se calhar é mesmo por isso que sinto sempre pena do que fica para trás. Saudades. Muitas saudades.

E cada vez que um aniversário delas se aproxima, lá fico eu mais nostálgica com os resquícios de bebezice que se vão perdendo. 4 anos. A Rita já vai fazer 4 anos. Mentaliza-te Inês.

23.2.10

Gadget-princess 2

Cá em casa, não se joga wii de qualquer maneira. É a rigor.

17.2.10

Ao jantar

em plena algazarra com as miúdas a falarem ao mesmo tempo, as duas a quererem que eu as oiça e nenhuma a comer. Um caos daqueles e eu à beira de um berro intimidatório.

Rita: Já sei mãe, jogo do siêncio!

Joana: Boa!

Rita: Então vá, vamos fechar o fecho.

Joana: Já sei, fechamos a boca com o fecho e só abrimos quando for para comer. E atiramos a chave ao lixo.

Rita: Não, não, já sei, já sei. Hããã. Vamos segurar o fecho com a mão e deitar o fecho ao lixo.

Eu: A Joana já disse isso. O jogo começa ou não começa? Ai.

Rita: Já sei (começam sempre assim). Seguramos o fecho na boca a fingir que é uma fita cola, arrancamos e ficamos com a boca fechadinha e já não conseguimos falar.

Eu: (Impossível. Dissertações sobre o jogo do silêncio em pleno jogo do silêncio.) Vamos lá parar de complicar. Jogo do silêncio é bico calado. Vá.

Joana: Boa! Vá, 1, 2, 3.

Rita: ihihihih

Joana: fecha o fecho!

Rita: Já sei! Joana, tens que pôr a mão na boca para apertar o fecho e a outra levanta a colher para comeres. E não podes falar, está bem?

As duas: blá, blá, blá...

Apago a televisão e é vê-las de biquinho calado em dois segundos. Qual fecho fechadinho e atiradinho para o lixo. Eram capazes de continuar nisto a noite inteira. Que gralhas.

12.2.10

Carnavalices.

Este ano, com a filha pirosa tive que me render aos fatos foleiros cheios de tules e cores fluorescentes. Valha-me a Joana que ainda me obedece. Queres ser enfermeira? Está bem, mãe. Uff. Uma já está.

Rita, queres ser uma abelhinha? Não. Quero xer uma pincheeesssa!

Até se me revolveram as entranhas a imaginá-la naqueles fatos da Disney ou dos chineses com saia de roda e coroas cheias de plumas. Vais de fada e é o máximo que eu aguento. Fada da floresta das flores, como ela se auto-intitulou. Depois foi tentar convencê-la a não levar a coroa com luzes psicadélicas. Mas convencer sem ela se aperceber que está a ser convencida. No fim, fica a pensar que foi tudo ideia dela. E então colei numa bandolete umas margaridas e concluí que ainda mando. Um bocadinho, pronto.


À Joana comprei este fato de enfermeira à antiga. Gosto do fato principalmente por não ter cetins e coisas brilhantes. Mas gostei eu e mais não sei quantas mães que passaram pelo toys'r'us, porque este ano o colégio parecia um hospital. O fato é dos 3 aos 6 anos (não havia maior) e portanto dá ideia que ela caiu da roupa, mesmo com bainha postiça. Teve mesmo que levar uma saia azul escura por baixo da bata que foi a parte mais difícil do processo. Mãe, estou ridícula com duas saias.

As galochas não estavam previstas. Mas com o lindo temporal com que fomos brindadas de manhã, teve mesmo que ser. Fotos outdoor como no ano passado, foram impossíveis. Ontem não estava céu limpo??

5.2.10

Gadget-princess.

Sempre este jogo, que é uma verdadeira loucura.

2.2.10

O bolo.

Estava perfeito. A Joana delirou, estava longe de imaginar que seria um bolo com a Florbela. Ficou doida.

A Rita todos os dias pergunta se é o dia dos anos dela e já disse que também quer um bolo com os seus bonecos preferidos.

E claro que o bolo estava delicioso como sempre.
Daqui.