30.9.09

29.9.09

Figos.


Deliciosos. Apanhados com a coroa na cabeça. Voltámos aos dias coroados. Chega a casa e põe-na na cabeça como se durante o dia lhe tivesse faltado uma parte de si. E só a tira para dormir.

Na escola ainda fica a chorar, mas sei que durante o dia anda espevitada e alegre. Mas todo o santo dia enquanto a visto de manhã me pergunta onde vamos, mãe? Mesmo estando de bata, deve ter uma ligeira esperança que seja sábado.

A Joana acalmou com os trabalhos de casa, que têm sido bem espaçados e mais rápidos de fazer. Não tem havido contornos nem pinturas, apenas letras e alguns desenhos. Desde que as aulas começaram que não houve um dia em que não fosse contente para a escola. Acho que se adaptou lindamente às novas exigências, apesar de se queixar aqui e ali e do comportamento começar a dar sinal de que vai descambar.

Mas em casa andam umas queridas. Os dias têm corrido tão bem que ou sou eu que ando com mais paciência ou as minhas filhas estão umas crescidas.

25.9.09

Estamos nós quase no Natal

e eu ponho-me aqui a falar de férias de Verão. O que vale é que já me passou a neura pós-férias. Este ano custou-me mais do que é costume voltar a Lisboa. Acho que me apetecia estar em todo o lado menos cá.

As férias, ai as férias. Acho que desde que a Joana nasceu que eu não tinha umas férias em que tivesse conseguido descansar tanto. Tirando horas de sono, que não foram por aí além, porque a Rita com menos 4 horas de fuso horário acordava sempre por volta das 6h, 6h30 da manhã, a desgraçada. Mas de relax fiquei eu cheia. De relax e de tapiocas, que me deram direito a uma barriga de tal forma redonda que achavam que eu podia estar à espera de bebé.

As meninas andaram felizes, a Rita finalmente perdeu o medo do mar, logo no primeiro dia em que se banhou no Brasil. A tal ponto que se divertia a ser enrolada pelas ondas na zona de rebentação. Acho que ajudou bastante a temperatura da água. Três anos depois ganhou finalmente confiança nas braçadeiras (aleluia!) e saiu dos degraus das piscinas. Foram horas seguidas dentro de água e tantos mergulhos logo no primeiro dia que eu cheguei a temer uma otite logo à chegada.

As duas deram-se melhor que nunca, muita rezinguice à mistura claro, mas acho que nunca as vi a brincarem tanto juntas.
De tal forma que consegui ler três livros, o que já não me acontecia há séculos.

Da gripe, nada, tirando o susto que apanhamos quando chegamos ao aeroporto e nos deparamos com toda a gente de máscara. Mas safámo-nos e foram umas férias sem ponta de remédios. As viagens de avião é que continuam cansativas. Para lá moeram-nos o juízo, principalmente a Joana que estava saturada até ao tutano. Depois de estoirar com a bateria do portátil e já não ter mais filmes para ver, foi "quando é que chegamos" de 2 em 2 minutos durante algumas horas. A Rita não tem a noção. Só quando aterrámos e sentiu o embate no chão é que ela perguntou se o avião já estava a andar. Achou provavelmente que ficámos ali parados no aeroporto dentro do avião aquelas horas todas.

Para cá, pacífico. Dormiram a viagem toda esparramadas uma por cima da outra e ainda por cima de nós. Claro que não preguei olho, até porque ficámos ao pé das casas-de-banho e tive a sensação que estava tudo incontinente. Foi uma romaria que não tem explicação. A noite inteira. E aquele autocolismo que parece que vai sugar o avião todo lá para dentro, é impossível de ignorar.

Para lá sempre foram de fraldas. A Joana ainda passou a vergonha de ser revistada no RX e da senhora olhar para ela e dizer tão grande e ainda de fralda??? Corou até às orelhas mas lá foi ela divertida com o enchumaço no rabiosque.

O tempo esteve fantástico, pouco choveu e a temperatura um sonho. O Nannai continua imbatível em termos de serviço. E tudo o resto, claro. Ficámos no bungallow de sempre que no fim nos deixa tantas saudades.

O único defeito do Brasil é não ter pôr-do-sol no mar. Porque de resto, show di bola!

21.9.09

Os livros.

Ontem às 23h ainda não tinha nada forrado. Fiz a minha fita e pedi ajuda ao Nuno que me disse que era especialista e que tinha sido ele a ensinar à mãe como se forravam livros. Ahahah.

Quando reparei que o livro que tinha forrado ficou cheio de migalhas nas dobras interiores, dei-lhe um chega para lá e agarrei o touro pelos cornos. Eis senão quando, me apercebi que tinha um jeitaço daqueles para a tarefa. Inchada de auto-confiança lá fui eu forrando cada um mais rápido que o outro. Em êxtase e com um esquema que funcionava, foi um instante até acabar. Pouca bolha e nada de migalhal, Nuno, vês?

Armadíssima em boa, irritante que só visto.

A Joana que já dormia e que me andou a chatear o fim-de-semana todo oh mãe tu não te esqueças, oh mãe tu vê lá que ainda tens tudo para forrar, oh mãe eu quero ver, é melhor não Joana, oh mãe já é de noite e ainda não forraste. Quando a fui aconchegar à noite, já ela dormia há duas horas, abriu um olho só e perguntou com a voz quase adormecida já forraste mãe?

18.9.09

Ontem

forrei o meu primeiro livro com papel autocolante. Nunca tinha passado por esta agradável experiência mas agora sou obrigada assim de rajada a forrar uns quantos livros de escola e mais uns cadernos. Tive a bela ideia de o fazer quase à hora de me deitar.

Não me orgulho lá muito do resultado final, mas pelo menos consegui não rasgar o livro e as bolhas até passam despercebidas. Da insónia é que não me livrei.


Resumindo: Um grande bem-haja à pessoa que inventou papel autocolante que descola e volta a colar sem levar as letras do livro atrás. Não a conheço mas já gosto dela.

17.9.09

Os TPC's. Uma comédia.

Hoje trouxe para casa o seu 1º trabalho de casa. Um entusiasmo daqueles. Dela e meu, confesso. Mas antes ainda brincámos e lá para as 18.30h achei boa hora para ela tratar do assunto para depois começar a ronda dos banhos-jantar-leite-etc-cama. Já sabia o que ela tinha que fazer e pareceu-me bastante simples. Apenas algumas pinturas no livro de Estudo do Meio. Pensei que em 15 minutos ficava despachada. Sim. Pois.

Começou logo a stressar porque não tinha a caixa de lápis igual à da escola. A que tinha em casa não tinha cor de pele e logo aí empancou porque tinha que pintar as caras das miúdas e a alternativa dava às bonecas ar de quem sofria de icterícia. Depois os lápis não estavam afiados. Toca de afiar os lápis. Todos. No meio de tantos afias daqueles que se vão acumulando ao longo dos anos, não havia um que não partisse o biquinho dos lápis um a um que acabaram todos com metade do tamanho.

Depois bora lá experimentar as 500 borrachas daquelas que também se vão guardando mas que vistas bem as coisas, só são giras, porque não apagam nada de jeito. Risca com lápis de carvão e apaga. Não, esta não é boa. Próxima. Naa. Próxima. Assim-assim. A da escola é que é boa mãe.

Depois finalmente a pintura. Todas as bonequinhas tinham que ser contornadas e depois é que são pintadas. Se por exemplo ela decide pintar a boneca com a tshirt azul clara, o contorno tem que ser azul escuro. And so on. E portanto ficava eternidades especada a olhar para a caixa dos lápis a escolher pares de cores para contornar e pintar. Mas quando eu digo eternidades, não estou a exagerar. Tinha que a chamar e trazer de volta à terra. No meio disto tudo decidiu arrumar a caixa por cores. Fantástico. Só me faltava agora um ataque de arrumação. Levantou-se "n" vezes. Pôs música. Foi à casa-de-banho. Mudou o disco. Chamou a Rita para o quarto dela e logo a seguir correu-a. Choramingou. Criticou a cadeira que era muito alta. Foi à janela. Despiu-se. Foi buscar bolachas. Amarrotou o livro. Uma hora já tinha passado e nós as duas à beira de um ataque de nervos. Não havia meio daquilo desenvolver. Dava trabalho e ela não estava para isso. Desesperada com os contornos e eu a rogar pragas à professora, que raio de ideia essa dos contornos, bonecos tão pequeninosm que irritação. Giro giro é pintar. Humpf.

Passado 1h30 decidi interromper para banhos e jantar e ela suspirou de alívio. Coitada, já me dava pena, mas ao mesmo tempo não queria acreditar que lhe estivesse a custar tanto. Ela que gosta tanto de trabalhar e de estar na secretária a pintar livrinhos de actividades.

Depois do jantar ainda se estatelou a alta velocidade contra uma esquina de uma porta e por um triz que não abriu o queixo. Ervilhas congeladas para baixar o inchaço e toca de voltar para a secretária. Mais meia hora e finalmente despachou o filme. Contornou tudo e pintou as meninas com roupas diferentes. Mas estava estoirada. Acabou de pé, rabo alçado, cadeira para trás e farta daquilo. O entusiasmo foi-se. O dela e o meu.

Abriu oficialmente a época dos tpc's. E o tempo que nos rouba, esta brincadeira.

Hoje

de manhã recebi no meu email esta surpresa da minha sogra. Nunca tinha visto esta foto e já nem me lembrava de quão cabeluda era a Rita quando nasceu. Aqui tinha poucos dias de vida e um cabelo que metia respeito. Tão pequenina. A mãozinha quente. O corpinho mole e relaxado. O remoinho no cabelo. Aquele cheirinho a natas.

As coisas na escola estão em fase dejá-vu. Depois dos dois primeiros dias terem corrido lindamente, voltámos ao filme do costume com a Rita a ter que ser arrancada do meu colo à força enquanto chora lágrimas gordas e me suplica que fique. Relembrei-me de como é angustiante ter que lhe voltar as costas e seguir em frente, ignorar o choro e sair depressa. Porque é isso que dizem, não prolongar, não prolongar. Despeço-me mas acho sempre que fica mais um beijinho por dar, mais um abraço protector, mais palavras tranquilizadoras por dizer. E detesto, detesto vir embora com esta sensação amarga. Chego a sentir dor física por ter que o fazer.

Não estava mentalizada para este 2º acto. Mas tento pensar na atenuantes, nos amigos que já conhece, nos adultos que a mimam e nos cantos da casa que já lhe são familiares. Agora é só uma questão de tempo. Que tudo cura.

14.9.09

De volta à escola.

Para a Joana, 1º dia do 1º ano do 1º ciclo.

Foi toda contente de farda nova e com a sua mochila de rodinhas, às moscas só com um estojo e uma caixa de lápis mas que daqui a uns tempos irá estar cheia de livros. Estrabuchou horrores por causa dos sapatos ortopédicos que de repente deixaram de servir. E eu, como nem imaginava que o pé já tivesse passado o 31, nem experimentei com antecedência. Por isso que remédio teve ela senão ir com os dedos encarquilhados com a promessa que hoje lhe comprava uns novos. Afinal estavam as miúdas todas de sandálias. (Calduço na mãe). Pensei que fosse norma terem de ir com meia até ao joelho e por isso pus de parte a sandália para não ficar com ar de turista alemão. Amanhã já vai de pé ao léu e os sapatos novos ficam para mais tarde.

Sem nervoso miudinho lá foi ela escada acima com a sua mochila grande para o começo da escola a sério. Zero de ansiedade, talvez por não termos falado exageradamente no assunto e por ter na sala os seus amigos de sempre. Saudades da sua educadora, isso sim, que mandou um recadinho amoroso a cada um a desejar boa sorte e muitas saudades.


A Rita. Depois de umas férias em que andou sempre tão contente, tanta praia, tanta piscina e deitares tardios, o regresso à escola causou-me alguma ansiedade. A mim, que sou a mãezinha que sofre por antecipação. Ela, nem aí. Passei o domingo angustiada com pena de a ter que largar lá novamente. Mas mesmo tendo dormido pouco mais de 8 horas porque os horários de férias não se mudam de um dia para o outro, lá acordou rouquinha de sono mas bem disposta.

Ainda atirou para lá um não quero ir à cola mas riu-se com ar de marota logo a seguir, como se soubesse que aquela cassete já não pega. Estive algum tempo com ela na sala enquanto explorava o novo território, fez colares de missangas sentadinha na mesa sempre a certificar-se que não me ia embora. No fim com alguma lagriminha já a querer saltar, saquei do meu trunfo de mãe desesperada para não prolongar demasiado a minha presença e prometi uma prendinha ao final do dia para festejar a coragem dela. E lá ficou, sentadinha de volta dos brinquedos novos e disse-me até logo. Sem lágrimas nem fitas.

Saí levezinha.


(Nos próximos dias posts-mete-nojo sobre as férias. Beware.)