30.6.09

A minha pequena-grande finalista.

Até há pouco tempo não fazia ideia que existia este conceito de finalistas da pré-primária. Acho engraçado e eles sentem-se importantes e divertem-se imenso a preparar a sua grande surpresa. A festa da Joana foi no sábado. Uma turma de finalistas da pré e uma turma de verdadeiros finalistas do 4º ano, com um pé já fora da escola.

Sem grandes produções de peças de teatro como se vê muito por outras escolas, mas muito melhor para nós pais, porque foi uma festa muito pessoal com o enfoque como tem que ser: em cada um deles e na história que tinham para contar. Foi tudo muito envolvente e tocou-nos directamente no coração. Com o filme "Música no Coração" como tema, cantaram muitas músicas com letras adaptadas, a educadora contou um bocadinho da história deles desde os 2 anos, eles falaram dos seus medos em relação ao 1º ano e ainda foram ao microfone apresentar-se com um adjectivo. "Olá, eu sou a Joana e sou muito barulhenta!"

Foram momentos muito comoventes e simbólicos como a chamada deles um a um para receberem o diploma no palco, darem um beijinho e abraço de despedida à sua educadora e correrem para a sua nova professora. Aos saltinhos lá iam eles, enquanto nós mães nos desfazíamos em lágrimas na assistência. Pensar que acabou esta etapa da vida deles, com uma educadora tão especial que tudo fez para criar uma ponte sólida entre a escola e os pais. Rompeu com muitos dogmas, dinamizou, lutou contra o cinzentismo enraizado, introduziu festas que até aí nunca tinham existido, criou 1001 projectos com os pais e dedicou-se de corpo e alma aos nossos filhos. E por isso nesta passagem, fica um vazio. Educadora e mães encontram-se num estado de neura geral. Quando for a festa de finalistas do 4º ano acho que temos todas uma síncope.

A sala deles sempre foi vista no Colégio como uma turma especial, muito muito unida e isso deve-se também ao contexto extra-escola em que nós mães e pais tivemos um papel fundamental.
Somos um grupo de mães também muito unido, muito dinâmico e participativo e criaram-se verdadeiras amizades. Tenho orgulho em pertencer a este grupo e fico feliz da Joana ter a sorte de ter calhado nesta turma deliciosa.

Por isso tudo continua, só uma parte terminou.

24.6.09

Última-hora:

Rx da Rita limpíssimo. A médica ficou verdadeiramente em êxtase. Não sei o que ela estava à espera, mas estava mais preocupada do que eu. Eu cá estava muito confiante. Talvez por não ver a Rita assim tão bem há muitos muitos meses. Agora só pedia ao São Pedro para subir novamente o mercúrio, porque é meio caminho andado para as farfalheiras se manterem a léguas.

Agora uma dúvida: os vossos filhos costumam tomar Bronco-vaxon? E se tomam, fazem-no em "Junho, Julho e Agosto "ou "Setembro, Outubro e Novembro"? É que o pediatra dela mandou tomar agora porque diz que chegando a Setembro, ela leva com os bichos da escola e se está a fazer a vacina também, são bichos a mais. A pneumologista por seu lado diz que tem que fazer em Setembro, Outubro e Novembro porque fazendo agora, chega a Outubro já sem protecção. Isto tem sido o pão nosso de cada dia estes últimos tempos. Cada cabeça, sua sentença. Como costumam fazer?

Na semana passada

a Joana quis porque quis experimentar uma aula de ténis. Esteve num alvoroço até ao dia em que a levei ao meu professor para brincar um bocadinho. Durante a aula quase não abriu a boca, reservada até mais não. Mas andava por ali toda saltitante a fazer os pequenos exercícios com e sem raquete. Gostou muito dos jogos sem raquete mas na rede perdeu todo o entusiasmo quando percebeu que não conseguia acertar na bola. Achei que tinha gostado, mas no fim disse-me que não queria voltar.

E esta é a minha Joaninha. Detesta falhar e sentir que não consegue. Desiste muito facilmente e tem horror a perder. Já lhe explicámos que tudo se aprende devagarinho, que mesmo para ler tem que aprender letra a letra e que no ténis ou em qualquer desporto é assim também. Quem vê de fora deverá achar que somos hiper-exigentes com ela e que por isso tem esta intolerância à falha. Nada disso, acho mesmo que somos o contrário no que diz respeito às habilidades dela. E o elogio não é fácil de dosear. Se se elogia demasiado, tendem a ficar convencidos. Se se elogia pouco, têm pouca auto-confiança. No meio está a virtude, já se sabe, mas é complicado perceber a fronteira entre elogios a mais ou a menos. Mas apesar de tudo, acho que peco mais por excesso do que por defeito e por isso é-me difícil entender esta exigência extrema consigo própria.

Ficou combinado que quando quisesse voltar, que me dizia. Agora estamos na fase natação. Quer experimentar porque tem lá duas amigas da escola.

De resto andei a receber com frequência más notícias em relação ao seu comportamento na escola. Faladora até mais não, desobediente, desconcentrada e muito agitada. Em casa também andava difícil, quezilenta com a Rita, birras constantes de se atirar para o chão a pontapear o ar, bichinho carpinteiro à mesa e desobediência crónica. Andou semanas e semanas a levar prensas diárias. O comportamento na escola continua agitado, motivado também pela algazarra de fim do ano, muitos ensaios para a festa de fim do ano, a festa de finalistas, passeio para aqui, passeio para ali e comportamento geral da sala. Mas em casa mudou do dia para a noite. Está muito mais calma, muito mais diplomata com a Rita principalmente. As queixinhas diminuiram para menos de metade e já não lhe sai uma bordoada cada vez que a Rita a chateia até ao miolo ou que lhe estraga uma brincadeira. Ajuda-me a arrumar as compras, já põe a roupa suja no bidé, já não acorda às 3h30 da manhã a pedir para lhe coçar o olho e já não faz birras para lavar os dentes ou para se ir deitar.

Está completamente zen a minha filha. Uma pessoa até desconfia.

23.6.09

Depois de tantos médicos


e de tantas maldades, achei que a Rita estava a precisar de uma recompensa a sério pela pachorra com que enfrentou todos os exames e consultas intermináveis em que se portou lindamente. Perguntei-lhe o que ela queria e respondeu-me que queria uma chucha. De bebé para chuchar só um bocadinho. Disse-lhe que não se vendiam chuchas para meninas tão crescidas, e tive que engolir as minhas palavras quando no outro dia fomos juntas a uma farmácia e mesmo ao nível dela estava um suporte cheio de chuchinhas lindas e maravilhosas.

Como a chucha estava fora de questão insisti em saber o que queria para a recompensar de ser tão linda e corajosa. Pediu-me umas asas de borboleta e uns sapatos de ballet. Dito e feito.

Todos os dias se bamboleia cá em casa com as asas e os sapatos até se ir deitar. É como se já fizessem parte dela. É tão diferente da Joana, tão coquete. Hoje faz o último rx e esperemos que a possamos deixar em paz durante uns tempos.

22.6.09

Milfontes.

Rumámos à Costa Alentejana para um fim-de-semana na companhia da minha irmã, dos meus cunhados e respectivos bebés. O tempo estava quente mas menos infernal do que em Lisboa. Ficámos tão bem instalados numas casinhas no Naturarte Rio, com um pequeno-almoço entregue em casa com bolinho caseiro, pão quentinho e croissants deliciosos entre outras coisas. A piscina estava praticamente por nossa conta com alguns casalinhos pontuais a terem a sua tranquilidade estragada pelos gritinhos das 4 meninas. As minhas mais crescidas, as outras pequeninas mas felizes da vida com a atenção das primas.

No domingo fomos conhecer a Praia do Malhão, ali mesmo perto de Milfontes. Uma das praias mais selvagens da costa alentejana muito pelo acesso difícil à praia. A praia é linda, o dia estava delicioso e o mar estava límpido e a uma temperatura fantástica. Grandes banhocas, isso é que foi. Não tenho mais fotos, porque fiquei sem bateria.

Só voltámos depois do jantar e as meninas completamente k.o. quase nem despertaram depois da viagem. Só a Joana, que com as saudades dos tios a apertar, me pediu fotos dos quatro para pôr debaixo da almofada. Eu que tinha abusado nos ovos mexidos com farinheira ao jantar, que é como quem diz "um prato de colesterol faz favor!", estava enjoada de morte. Não me saía isso da cabeça e a unha da Rita que continua negra e que já está ligeiramente solta na base. Só via a unha bamboleante e a farinheira.

Mas lá acabei por adormecer com a alma cheia de coisas boas.

19.6.09

Eu gosto de Petshops.


A-ha! Pronto, admito. São mesmo giros os bichos. Já são milhares mas aqui em casa vai-se comprando devagarinho. Acho que quando os compro, compro-os mais para mim do que para elas e escolho os que gosto mais e quero lá saber se elas preferissem antes os outros. É o meu lado infantil sempre presente. Que sorte ter raparigas e poder brincar com pollys, petshops e poneyvilles.

Quando deixarem de gostar destas coisas e preferirem coisas parvas de adolescentes ou pré-qualquer coisa, arranjo outro bebé.

Estou a brincar. Não se entusiasmem.

Este panda deslumbrou-me. Acho que é o mais bonito que vi até hoje.

17.6.09

Depois de 2 semanas

com a Rita em casa, admito que senti algum alívio quando a médica lhe deu luz verde para regressar à escola. Mas ontem chorou tanto de manhã logo quando a começei a vestir, que me doeu o coração e a ela ainda mais. Hoje já ficou bem.

Está curada, os pulmões ficaram muito mais limpos com o efeito do antibiótico e com a cinesioterapia. Aliás, já não estava assim tão limpa desde Agosto do ano passado! Na 3ª fez a prova de Mantoux e lê o resultado amanhã. Eu que lhe tinha garantido que não havia "picas" tive que encarar o seu olhar suplicante e surpreendido quando lhe espetaram a agulha no braço. E esta picada ainda é bem dolorosa porque quando o líquido entra, diz a médica que parecem vidrinhos a penetrar na pele.

Para a semana faz novamente um Rx e esperemos que confirme o bom estado geral dela. Estou confiante que sim. Só gostava que isto se começasse a compôr e que a farfalheira constante desaparecesse de uma vez por todas. Ou que pelo menos me soubessem explicar porque é que ela anda sempre assim.


Passámos um fim-de-semana óptimo no Alentejo, com muito calor que é o que nós precisamos. Um guarda-sol à beira da piscina que 39 graus torram qualquer um e muitas horas dentro de água. E ainda um churrasco improvisado na noite de Santo António.

Lá muito perto descobrimos um campo de girassóis de perder de vista e de cortar a respiração. As fotos não fazem justiça porque no 1º dia que estava sol, a máquina ficou em casa e no 2ª dia a máquina já estava a dar o berro e agora não há máquina para ninguém.


10.6.09

Esta última semana e meia

tem sido vivida com algum sobressalto por causa de um Rx e Tac que a Rita fez aos pulmões e que lhe detectou uma pneumonia e um pulmão esquerdo que praticamente já não trabalhava. O mais estranho disto tudo é que apesar da sempre constante farfalheira e alguma tosse matinal, até achávamos que a Rita estava melhor do que há 2 ou 3 semanas atrás. Com ausência de febre, de prostração e outros sintomas de pneumonia, estávamos a leste que a coisa estivesse assim.

Mas as análises alteradas e posterior repetição do rx e arrastamento dos sintomas confirmaram que os pulmões da Rita já não estavam a funcionar por aí além, principalmente o esquerdo que estava sem ventilação e parcialmente colapsado.


Um antibiótico mais forte, cinesioterapia diária e ordem de soltura só para ir aos médicos. Agora se vier o calor que apregoaram pode andar ao ar livre mas para a semana se continuar assim terá que fazer mais alguns exames entre eles uma broncoscopia. Quem olha para a Rita, não nota nada, tirando o ruído da cafeteira, ela anda enérgica, bem disposta e até com apetite. Uma pneumonia silenciosa que me deixa com a pulga atrás da orelha.

Vamos ver como corre daqui para a frente. Vou dando notícias.

2.6.09

A Rita entalou o dedo na porta.

e o grito foi de tal forma intenso que saí disparada do banho completamente coberta de espuma. Não tenho sangue frio nenhum nestas coisas mas estava sozinha que remédio tinha eu senão segurar o barco. Mas nem olhei muito para o dedo, só reparei que a unha já estava toda roxa e o dedo do dobro do tamanho. Ela chorava sem parar e eu só lhe consegui dar muito colinho.

Entalou-se no sábado e entretanto o dedo desinchou mas hoje a unha sangrou. Despachei-a logo para o Nuno que unhas negras com probabilidades de cairem e ainda por cima com sangue a escorrer, é badagaio na certa. Se ela cai então nunca mais me recomponho. Dedo sem unha não aguento.


Ontem adormeceu no hall. Depois das saídas do costume da cama, achei que finalmente tinha adormecido. Estava na sala tranquilamente a ver televisão quando o Nuno entra em casa e me diz "olha a Rita!" Olha a Rita? Só se viam as perninhas dela. Deitou-se entre uma cómoda e uma parede e coladinha a uma extensão cheia de fichas ligadas. Trouxe a fralda de pano, uma data de bonecos e arrochou por ali. É mesmo maluca. Tem horror à cama, insónias de meia noite mas não há nada como um chãozinho duro e frio para adormecer. Se calhar vou adoptar a cama à chinesa. Um estrado de madeira e está a andar. Pode ser que comece a dormir como deve ser.

No fim-de-semana estivémos na praia e a novidade deste ano é que se pela de medo do mar. Mas não é do mar-ondasgrandes-rebentação-frio-correntes. Ela tem medo da água pelo tornozelo. Imaginem a Costa com maré baixa. Aquele areal enorme, cheio de piscinas naturais e espaço para brincar. Ela até anda por ali, mas basta uma onda rasteirinha ameaçar avançar pela areia a 2 km dela e já se vê a Rita a fugir em corrida descontrolada praia fora. Não olha mais para trás e nem quer saber que nunca mais nos veja. Foge de tal maneira depressa que é difícil de a apanhar, parece o pepe rápido com o rabinho a dar a dar.

A Joana já é uma companheira e pêras para grandes banhocas. A mim a velhice trouxe-me "frialdade". Já não me aguento dentro do mar como antes. É o colesterol, é o corpo a mudar, os cabelos brancos e agora esta hiper-sensibilidade à água fria. Mas a Joana quer lá saber e arrasta-me para grandes mergulhos. E eu atiro a velhice para trás das costas porque quando tomo banho é banho à séria, não é cá mergulhito e vou-me embora como uma pessoa que eu cá sei. : )

A Joana anda desde há 3 semanas a acordar religiosamente todas as noites às 3h30 da manhã. Ela que tinha um dormir profundo e maravilhoso. E depois chama-nos e ou é dor na perna ou porque tem medo das sombras ou dos barulhos ou porque teve um sonho mau. No outro dia foi catadíssima, porque não sabia ela que eu tinha ido ao quarto da Rita. Ouvi a Joana a ir à casa-de-banho e quando eu ia a sair do quarto da Rita ela tinha acabado de se deitar e gritou "Mãiiiiiiiiiiiii, sonho maaaau!" Oh Joana! Acabaste de te levantar, estavas acordada, é impossível teres acabado de ter um sonho mau.

Nem piou.


Hoje à noite foi pior, chamou o Nuno à mesma hora de sempre, tão querida, para lhe dizer que tinha comichão no olho. O que é que dá vontade? Pois.

Isto é giro, anuncia-se que não se vai escrever muito e tal e depois escreve-se um post interminável destes. E eu que nem sou do contra.

Ou se calhar até sou.

Tenho escrito muito pouco

é verdade. Além do muito trabalho que tenho em mãos (felizmente!) e que me retira o tempo que tinha para estas coisas, a vontade de escrever também não tem sido muita. Aliás, ando um bocado saturada desta coisas dos blogues. Isto torna-se viciante e às tantas temos 20 blogues para ler diariamente. Se estamos sem ler durante uns dias, então o número de posts acumula-se drasticamente e o prazer de ler passa a tensão para despachar os blogues em atraso e ter todas as leituras em dia. E estou um bocado farta, confesso. Do tempo que se "perde" nisto.

O tempo não chega para tudo. E temos que fazer escolhas. O meu blog vai continuar, mas com posts mais espaçados no tempo, sem aquela obrigação, que me cria alguma tensão, de escrever qualquer coisa todos os dias.

Espero que mesmo assim, continuem por cá.