30.9.08

Colar 57

Preço: 15 euros

29.9.08

Notícias cá de casa.

A Rita continua a chorar todas as manhãs, mas na 6ª feira apanhei-a mais satisfeita quando a fui buscar e por isso enchi-me de pensamentos positivos.

A Joana continua a adorar ir para escola e está muito contente porque já põe a data nos trabalhos, vai aprender a escrever o nome em letra manuscrita, vai ter um livro de matemática e tem um cantinho na sala com água para lavarem louça e conseguem a proeza de o fazer sem se molharem e sem molharem tudo num raio de 3 km. O comportamento começou bem, mas no outro dia teve a brilhante ideia de, enquanto a educadora se ausentou por uns minutos, incentivar os colegas todos a esconderem-se debaixo das mesas na sala e gritarem Buuuu quando a educadora aparecesse. Ficou, pelo que percebi, a turma toda de castigo. Até teve graça, mas ela não pode saber.

De resto, fica sempre muito sensibilizada cada vez que encontra a Rita no recreio e acabam as duas de mão dada a chorar. Ela diz que não é capaz de não chorar. Que tem pena da mana, uma sentimentalóide. Como a mãe.

A virose já foi para outras bandas, mas a ranhoca deu o ar da sua graça na Rita, que esteve acordada esta noite das 4 às 8 da manhã porque já não sabe respirar com ranho à mistura. E nessas 4 horas levantei-me umas 60 vezes e dei colo outras tantas. Hoje foi para a escola com um olho aberto e outro fechado.

E estava frio hoje de manhã. Que não ajuda nada.

25.9.08

As coisas na escola

continuam praticamente na mesma. Fica inconsolável, mas sei que passado um bocado já não anda ao colo e fica relativamente calma. Mas ainda não explora o recreio nem a sala. Acorda e a primeira coisa que diz é num é cóla? É Ritinha, é escola. E pronto, abre a torneira.

De resto, o pouco que me conta da escola é tudo ao contrário. Se comeu peixe, diz que comeu carne, se comeu pêra, diz que comeu maçã. Se dormiu diz que não dormiu, se comeu mal, diz que comeu bem.

Hoje foi o dia 7. E ainda há muitos a chorar. Já não me custa tanto (mais ainda me dói) deixá-la a chorar, sei que é natural. Custa-me mais chegar à escola e apanhá-la chorosa. Mas uma semana já passou. Agora só pode melhorar.

23.9.08

E recorrentemente

lá vem com a conversa de que não quer ter bebés. E eu lá continuo sem lhe dar grande feedback, digo-lhe apenas está bem, fazes o que quiseres (enquanto penso ai de ti que não me dês um neto. Quando fores bem crescida, atenção.)

No outro dia perguntou-me se a tal semente que se transforma num bebé, se compra no supermercado ou se já está cá dentro de nós. Deu-me vontade de rir claro, mas engoli em seco e respondi que já estava cá dentro. Esgar de pânico, mas eu não quero, mas eu não quero. Lá lhe disse que só se transformava em bebé se ela lhe desse essa ordem. (as coisas que nos vêm à cabeça para cortar conversas desconfortáveis). E então ela rematou:

- Então eu NUNCA vou falar com a minha semente.

E foi à vida dela.

Brincos 79

Preço: 8 euros

22.9.08

Anda para aí a tal virose

que nos apanhou aos 4. Primeiro a Rita que vomitou uma noite inteira, depois a Joana que vomitou na garagem, depois eu que vomitei a noite inteira passada e que estou como se tivesse apanhado uma tareia. Fora as cólicas. O Nuno para lá caminha também. Espero é que não dê a volta outra vez. Não sei como é que estas coisas são, porque nunca tivémos nada parecido. Mas a Rita que já estava boa, hoje já se queixou novamente de dores de barriga.

Eu passei o dia mais morta que viva, de molho sem conseguir meter nada à boca. Só agora à noite comi um bocadinho de canja. Vamos lá ver se não sai tudo borda fora outra vez.

O dia da Rita na escola não foi muito diferente dos outros. Chorosa qb e muita chuchinha e fraldinha. Mas podia ter sido pior tendo em conta que é 2ª feira e passou 3 dias em casa.

Estou neura e farta de maleitas. Devia haver insecticidas para esta bicharada toda.

19.9.08

Ainda o Brasil

*suspiro*

(E hoje não há descrição do dia 4 na escola, porque a Rita ficou com febre e não foi. Deu uma noite do caixão à cova, esteve acordada das 4 às 8 da manhã enquanto chamava por mim de 5 em 5 minutos a implorar por colo. E não foi da febre. É nestas pequenas coisas que a sinto mais carente. Mas não há-de ser nada...)

18.9.08

Escolinha - dia 3

Hoje deixei-a novamente a chorar ao colo da educadora. Acho que esta nervoseira matinal ainda vai demorar um bocado a passar. Mas a educadora é amorosa e dá-me segurança. Hoje pelo menos não chorei eu, mas passo o dia angustiada. Estou desejosa que tudo normalize.

Notei uma grande quebra na energia dela. Apesar de dormir bem a sesta, coisa que ela já não fazia em casa, vem rebentada da escola. Não tira a chucha um minuto que seja e está-me sempre a pedir colo. Deita-se no sofá e ali fica. Parece triste, mas diz que está cuntenti. Dou-lhe muito miminho mas tem aderido pouco às brincadeiras. De noite acorda mais vezes, apesar de só ser preciso um bocadinho de colo e de manhã acorda muito tempo antes da hora e já não quer ficar na cama. Ela que dormia até ao 12h. Mas acorda bem disposta e enérgica.

Acho que a escola é uma coisa positiva e já era altura, mas nestes dias assim acabo por pôr a decisão em questão. Apesar de achar que para o ano seria igual. Este ano entrou um menino na sala da Joana de 5 anos que nunca tinha ido à escola. Chora diariamente como uma criança de 2 anos.

Enfim, anseio pelo dia em que já nem fale deste assunto aqui no blog. Será o sinal de que tudo está normal.

17.9.08

Escolinha - dia 2

E que pena não estarmos já na "Escolinha - dia 30". Hoje as dores de barriga começaram logo em casa. Estava bem disposta mas dizia que não queria ir para a escola, queria ir passear. A hora da separação foi medonha. Teve que ser arrancada dos meus braços num choro convulsivo. Saí da escola com um nó na garganta e confesso que chego a ficar com os olhos cheios de lágrimas. É desconcertante deixá-la naquele pranto. Custa-me horrores.

Hoje não resisti e liguei a meio da manhã para saber como estava. Que estava mais calma, já não chorava, mas também não brincava, estava parada num canto com a sua chucha e fraldinha de pano. Fiquei com o estômago embrulhado. Mas quando a fui buscar logo logo depois do lanche, encontrei-a andarilha, no refeitório, já tudo comido. Nada como ontem que a apanhei inchada de tanto chorar, hoje deu saltinhos de alegria quando me viu e senti-a mais segura. Durante o dia não brincou, mas andou por ali, minimamente confortável. Comeu bem e dormiu. As dores de barriga é que continuam.

Mas quando saímos da escola, fui brindada com a maior birra da história da humanidade. Da Joana, em plena rua. O motivo foi uma vontade que não foi satisfeita. Até percebo a frustração, mas não reconheci a Joana. Até no chão se deitou. Chegaram a vir ter comigo pessoas na rua para tentar amainar a tempestade. Uma vergonha.

Enfim, amanhã é outro dia.

Colar 56

Preço: 15 euros

16.9.08

Escolinha - dia 1

Acordou contente e lá foi ela, de bibe, mochila às costas e de chapéu na cabeça. Enquanto lá estivémos, andou mais ou menos bem, brincou um bocadinho e foi mimada pela mana e pelas amigas da Joana. Fiquei lá um bom bocado e quando foi altura de me vir embora, já todos os colegas estavam calmos no recreio. Até lá era uma sinfonia angustiante de choros. Ficou sem chorar, mas com o olhar perdido. Foi de partir o coração, saí de lá doente com pena dela. Apetecia-me voltar para trás e trazê-la para casa. O resto do dia para mim ficou estragado.

Pelo que soube depois, a Joana esteve com ela no recreio, um bocadinho, as duas de mãos dadas, a Joana a chorar, a Rita a olhar muito espantada para ela sem verter uma lágrima e a Joana a limpar as suas lágrimas com a mão da Rita.

Fui mais cedo e ainda estava a lanchar, lavada em lágrimas. Inchada de tanto chorar. Cobri-a de mimos e ficou como nova. Apesar de dentro da escola não ter saído mais do meu colo, distribuiu sorrisos a toda a gente. Que gotou e que quia voltar. O pior foram mesmo as refeições, mas no meio de tudo almoçou a refeição completa e dormiu a sesta, tudo com muita ajudinha de uma das educadoras.

Amanhã é que são elas. Já sabe para o que vai. Se ficar bem é muito bom sinal. Façam figas.

15.9.08

Amanhã

a Rita entra na escola. O primeiro dia era hoje mas decidi poupá-la ao caos que costuma ser. E como andou constipada e não está a 100% foi mais uma desculpa para adiar. Mas amanhã será. E hoje andou o dia inteiro de mochilinha às costas. Andamos há semanas e semanas a injectar-lhe doses de endorfinas em relação à escola que ela deve achar que vai para o paraíso.

Paraíso não vai ser, mas estou confiante de que vai gostar. Pode é não ser já amanhã.

12.9.08

As férias lá fora.

Que parece que já foram no ano passado, por já ter acontecido tanta coisa entretanto. E por já nem parecer que ainda é Verão.

Das viagens de avião fica a recordação de quando entrámos e apertámos os cintos, a Rita ter perguntado se já tínhamos chegado ao Basile. A partir daqui a coisa prometia. Mas correu tão bem que até consegui ver dois filmes. Depois caiu do céu uma garrafa de whisky em cima da minha cabeça e tive que fazer o resto da viagem com gelo encostado ao crânio (mas antes na minha cabeça do que na delas).

Para cá, depois de ter feito os impossíveis para manter a Rita acordada na viagem do hotel para o aeroporto, no avião só faltou fazer o pino em cima do dedo mindinho e flic flacs no corredor do avião. Lutou contra o sono durante 6 horas, mas lá caiu redonda e só acordou 12 horas depois, já na cama dela. No meio de tudo, vi o Panda Kung Fu três vezes para me distrair do medo de voar, agudizado pelo desastre de Madrid.

Da Praia do Forte ficam muitas saudades. Uma vila acolhedora, um hotel bestial com comida fabulosa e muitas tapiocas, alguns dias de chuva muito descanso, muitos mergulhos no mar e num rio vermelho, um livro lido em 15 dias
e um passeio fantástico a Mangue Seco.

E a certeza de que viajar com as meninas está cada vez mais fácil e recompensador. Agora só para o ano!

11.9.08

Este ano

o regresso a férias teve direito a um dejá vu, já que, tal como no ano passado, quando liguei o computador, ele não reagiu. Desta vez foi mesmo o disco que foi ao ar, mas quase tudo o que lá tinha foi milagrosamente recuperado. Não arrisco mais: comprei um disco novo para não ter mais surpresas.

As férias foram uma delícia. Tanto que agora temos uma Joaninha sentimentalóide, lavada em lágrimas que aprendeu o significado do palavra saudade. Chora quando vê as fotos na máquina, chora quando se fala do Brasil, chora do nada e adormece a chorar a dizer que quer ir para lá.

E acrescenta que não quer ir para a escola. Mas isso é outra novela. Partilhada pela Rita que desde sempre tem dito que não quer ir pá cóla, portanto prevê-se um dia para lá de molhado.

Fotos das férias nos próximos dias, prometo.

9.9.08

Hoje

a minha vida está ainda mais feliz com a chegada da Sofia, a bebé da minha irmã.

Assisti ao parto, na recta final e achei magnífico. Não me sai da cabeça a altura em que o bebé vem ao mundo e dei por mim a rever essa imagem vezes sem conta durante o resto do dia. No supermercado, no trânsito, no elevador... Porque me impressionou (no bom sentido). Porque achei do outro mundo.

A minha irmã é uma valente e a natureza é perfeita.
E não há dúvida que os bebés dos outros são muito menos assustadores do que os nossos.